Uma clínica Para Além do Édipo
- Lisiane Fachinetto

- 31 de ago. de 2023
- 2 min de leitura
Atualizado: 23 de mar.
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Freud já tinha levantado esse ponto. Somos diferentes, cada um é singular. Não tem uma digital que seja igual a outra.- Todos somos diferentes.
Na primeira clínica lacaniana, o pensamento freudiano segue presente, somos diferentes, mas todos vão passar pelo complexo de Édipo. – O complexo de Édipo como algo universal.
Os tempos mudam e Lacan propõe a segunda clínica, que está sustentada para além do Édipo… Não é mais universal. Agora é no um a um. – Cada um vai ter que construir sua saída. – Singular – Posteriormente é preciso sustentar essa diferença.
A partir daí retomamos a ideia do Freud, da dificuldade do sujeito de se a ver com as diferenças. – É muito difícil porque o outro aponta para o familiar e o familiar de cada um de nós. – Então, por uma questão de defesa, a teoria de Freud, da psicologia das massas e análise do Eu.
Por que os grupos se formam? Justamente por uma questão de defesa, entre aspas, os iguais. Fechado. O mundo contemporâneo é um mundo que a todo momento está nos remetendo à diversidade, às diferenças. Como viver e suportar a diferença e, mais do que isso, respeitar os diferentes.
Porque justamente o não respeito pelas diferenças é o que implica na violência. – Vamos destruir o diferente, como se isso fosse resolver o problema. Mas e o desaparecimento do outro? Tira o outro de cena e está tudo certo… Não, não está tudo certo.
O ponto contemporâneo é: “Como você circula nesse novo laço contemporâneo, sem desaparecer, sem se destruir?” Eis a questão… – E uma análise vai servir para que o sujeito possa pensar as suas escolhas, fazer os cálculos de suas escolhas. E bancar essas escolhas.
Que não tem aí nenhum manual. É preciso construir. É preciso tomar o um a um, compreender o sujeito para além do Édipo. Retomarmos a “virulência da psicanálise”
Lacan a partir do Seminário 17 “O avesso da Psicanálise”, vai inaugurar a teoria dos discursos, revendo a questão dos laços sociais. – Nota-se que o modo de fazer laço mudou. Que é preciso ir além do Édipo, não temos mais um “pai” que orienta e se coloca à disposição dessas identificações.
E é por essa mudança no laço social, dos novos sintomas, a toxicomania, a anorexia, a bulimia, o pânico, que se torna necessário pensar além da luneta que Freud utilizava. O complexo de Édipo já não dá conta desses sintomas…
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